quarta-feira, 26 de maio de 2010

Ele Bate

Alguma coisa acontece no meu coração


Sim, ele grita, chora, ri
Ele pula, corre, exalta
Ele chinga, fala, declama
Ele canta, dança, enobrece
Ele bate


Que só quando cruzo o Ipiranga Avenida São João


Ele sente, fortalece, desperta
Ele consome, trava, desfalece
Ele espera, tranca, descreve
Ele memoriza, reflete e esquece
Ele bate

E quando eu me olhei frente a frente não vi o meu rosto


Ele foge, escapa, tropeça
Ele flutua, vooa, prevalece
Ele nada, tudo, estremesse
Ele num pulso só
Ele bate

Chamei de mal gosto o que vi de mal gosto o mal gosto

Ele sofre, apunhala, desfere
Ele torce, vibra, percebe
Ele faz, goza, esmorece
Ele bate

É que Narciso acha feio o que não é espelho

E a mente apavora o que ainda não é mesmo velho

Nada do que não era antes quando não somos mutantes

E fosse um dificíl começo, apaga o que não conheço

E quem vem de um outro sonho feliz de cidade

Aprende depressa a chamar-te de realidade

Pois és o avesso do avesso do avesso

Alguma coisa acontece no meu coração

E
L
E

B
A
T
E


Pensem...

3 comentários:

Arthur Pandeki disse...

Oi Gammelo, que poema interessante, a estrutura comtemporânea... arrisco dizer um tanto dadaísta.

Gammelo disse...

oi Arthur
Infelizmente a minha dedicação a literatura resume em ler e escrever, eu não entendo muito dessas estruturas e formas de linguagem haahihhihi, dadaista era quando jogavam as palavras no ar, la pela semana de 22 não é?
Se for a mesma coisa q eu to pensando é algo assim mesmo.
Valeu pelo comentário
abraço

Marion disse...

O meu bate muito. Sempre. :)