sexta-feira, 26 de março de 2010

Caminhando

Andar é algo que relaxa, faz pensar, coloca as ideias de volta no lugar, é algo como uma terapia, uma parte da vida que a gente não pode deixar de fazer.

É andando que as ideias se acomodam, que a gente consegue linkar os fatos e enfim descobrir coisas que não se sabe.

As vezes nossos desejos são pedaços de nossas histórias que ainda não se juntaram, os locais que não visitamos, praças que não andamos, parques que desconhecemos, pessoas a quem sentimos saudades.

E as vezes a gente se sente só, perdido entre as florestas, como uma garotinha e sua capa vermelha, somo alvos dos lobos a todos instantes e o único caçador por perto é o nosso pensamento.

Perdidos nas florestas das nossas cabeças estão as soluções e os problemas, as vezes basta apenas virar uma árvore, olhar dentro de um tronco, ou cair mesmo em um buraco atrás de uma outra forma de ser para ver que na verdade o caminho sempre esteve limpo, a trilha fez um breve desvio e você simplesmente esteve por alguns instantes andando no caminho errado.

Caminhando é que a gente vai em frente, percebe que tem troncos a pular, correntezas para atravessar, pontes a construir. Nesses caminhos você acaba encontrando com outras pessoas as quais também caminham, por um tempo elas vão com você, até que o caminhar delas se torna mais rápido ou mais lento, ou os caminhos se dividem.

São essas pessoas que são capazes de nos fazer seguir em frente, pois no fim da floresta sempre tem um descampado onde uma barraca e um prato de sopa o aguardam.

Ainda sim, não questionei, mais as missões que temos, o nosso andar, caminhar e correr, estamos sempre prontos a enfrentá-los ou as vezes simplesmente deixamos de lado, paramos um tempo no caminho até que os fungos consumam os troncos, o vento varra as folhas e assim nosso caminho fica mais fácil?

Somos capazes de lutar, então devemos lutar, como a garotinha de capa vermelha que enfrentou a floresta sozinha para chegar ao seu objetivo.

Sodheim recria esse personagem numa simplicidade e numa veracidade em seus versos no Prólogo do Musical "Entre a floresta - Into The Woods", quando a pequena garota vai comprar os doces na padaria e ao ser questionada sobre o caminho ela canta:


The way is clear,
O Caminho é limpo
The light is good,
A Luz está boa
I have no fear,
Eu não tenho medo
Nor no one should.
E ninguém deveria
The woods are just trees,
Na floresta são apenas árvores
The trees are just wood.
As árvores estão apenas na floresta
I sort of hate to ask it,
Eu não gosto de perguntar
But do you have a basket?
Mas você tem uma cesta?

Into the woods
Entre a floresta
And down the dell,
e desço os buracos nas árvores
The path is straight,
O caminho é reto
I know it well.
E eu o conheço Bem
Into the woods,
Entre a floresta
And who can tell
E quem pode dizer
What's waiting on the journey?
O que espera na jornada?


Então, no final, o que você espera? Seguir em frente, aprender o caminho ou ficar, enquanto outros andam e você simplesmente passa?


Pensem...

quinta-feira, 11 de março de 2010

Vida

As vezes eu estou perdido em pensamentos, coisas fluem da minha cabeça para as minhas mãos e elas se tornam palavras, é isso que tenho feito nos últimos anos, transformando pensamentos em palavras, coisas mais palpáveis, mais sólidas, mais minhas.

Acontece que muitas vezes eu sumo, desprezo, devaneio em pensamentos e palavras que me fazem sentir o ar passar por mim, é assim que a gente se sente quando deixa-se levar por pensamentos e esquece de agir.

Quantas vezes simplesmente deixamos que a oportunidade passe na nossa frente e não tocamos nela, não pegamos, não agarramos com todas as nossas forças e simplesmente a vemos ir embora.

Na vida temos que saber lidar com situações em que nós somos vitimas, somos detetives ou ladrões, tem hora de morrer, caçar e matar.

Mais a pergunta é, o que fazer quando nossas vidas começam a ficar paradas, pausadas, estagnadas naquele nível? Como quando a rotina nos torna fracos, sem ação, como fazer o sangue correr novamente?

Buscar alternativas para se divertir, novos amigos, novas experiências pode ser extremamente útil, fugir de você mesmo e fazer algo inovador.

As vezes a gente se sente caindo, como em um sonho sem fim, somos Alices perdidas em um mundo de fantasias e ações inesperadas.

Nesse sentido, devemos mudar, devemos ouvir aquela voz de dentro que grita por um novo, por algo diferente, por algo único.

Quanto mais vazios estivermos por dentro, maior deve ser a sede de encher, se tornar-se firme, de ser novamente sólido.

Escalar um prédio atrás de uma verdade pode ser o caminho, quando refletimos em cima da música "Bring me to live" do grupo Evanescence.


(Wake me up) Wake me up inside(Acorde-me) Acorde-me por dentro
(I can't wake up) Wake me up inside (Eu não consigo acordar) Acorde-me por dentro
(Save me) Call my name and save me from the dark (Salve-me) Chame meu nome e salve-me da escuridão
(Wake me up) Bid my blood to run (Acorde-me) Faça meu sangue correr
(I can't wake up) Before I come undone (Eu não consigo acordar) Antes que eu me desfaça
(Save me) Save me from the nothing I've become (Salve-me) Salve-me do nada que eu me tornei


É assim, é a nossa voz interior que deve gritar, SALVE-ME, e evitar que nos tornemos um nada no mundo, uma breve cena só na vida.

Pensem....

quarta-feira, 10 de março de 2010

sem idéias

Fatos nos fazem ficar perdidos, as vezes, incopreendidos e as vezes sem noção do que escrever.
Estou assim esses dias, quando melhorar eu volto

quarta-feira, 3 de março de 2010

Um frei, um gorducho frei..

As vezes eu me pergunto como tudo acontece na vida e nos leva a mudar. Muitas vezes pequenas ações e intervenções mudam o mundo em que vivemos e transforma as nossas vidas.

No teatro musical a vida se reflete em forma de musica, isto é, tudo o que você vê, por mais estranho que pareça nada mais é que a sua vida de forma cantada.

Amo Sodheim, ele é o cara, dias atras eu assisti "Into de The Woods" logo depois assiti "Swenney todd", honestamente as vezes eu choro quando vejo esses musicais.

O primeiro, um sonho, ter um filho. Um desafio encontrar os objetos para que a bruxa faça seus feitiços, no segundo um desejo, vingança por uma condenação injusta.

Ai eu me perguntava enquanto lutava para entender as letras "não tem legenda os videos do OBC", como pode a humanidade ser assim? O desejo por aquilo que é alheio faz a um ser humano destruir uma família e no final se auto-destruir na vingança.

Ou então a malícia que se cria quando se quer muito alguma coisa, engana-se, perdoa-se, o que acontece com o homem quando ele está preso dentro de um desejo próprio, inocente ou mesquinho de algo?

Seríamos então canibais da sociedade, partículas de um mundo onde tudo é possível pela vontade e desejo de conseguir?

Ou seríamos lutadores pelos nossos sonhos, esperando, concentrando, lutando pelo que cremos e por aquilo que desejamos de forma única, sutil, honesta e real?



What’s the sound of the world out there?
Qual é o lema do mundo lá fora?
What, mr. todd? What, mr. todd? What is that sound?
Qual, Sr Todd? Qual, Sr. Todd? Qual lema é?
Those crunching noises pervading the air!
Aqules ruídos triturantes que ficam no ar!
Yes, mr. todd! Yes, mr. todd! Yes, all around!
Sim, Sr. Todd! Sim, Sr. Todd! Sim, todos aí!
It’s man devouring man, my dear
É o homem devorando homem, querida
And who are we to deny it in here?
E quem somos nós para negar isso aqui?


Qual é o lema do mundo?

Assim eu me vejo na pele do pobre frei "little priest", que inocentemente subiu para se barbear, e o sabor, divino, não substancial como um bispo mais nem sonso quanto um padre.

Pensem...